terça-feira, 22 de novembro de 2016

Carlos Correia: a magia dos cinquenta



Toda a gente sabe que a carreira de futebolista é curta. No entanto, como em tudo na vida, há sempre exceções à regra e Carlos Correia é uma delas. Nascido em novembro de 1966, Carlos Correia põe agora um ponto final na sua carreira de guarda-redes: aos cinquenta anos. 

No último domingo, o zerozero foi até Évora, ao complexo do GDR Canaviais - clube onde decidiu terminar a sua carreira -, à sua festa de despedida que contou com a presença de alguns nomes do futebol português, como Jorge Andrade, Chaínho e João Alves.

Com um torneio de veteranos marcado para a parte da manhã – onde Carlos também participou -, o seu último jogo oficial estava agendado para depois de um almoço com os antigos companheiros. 

«É um dia bastante importante para mim, que dá para recordar muitos momentos bons que eu tive com colegas que não via há muito tempo, alguns deles quase há quinze anos. São emoções muito fortes que voltamos a ter. É um dia muito importante e vai ficar no álbum das recordações», contou ao zerozero. 

Nem a chuva que caiu durante todo o dia, afastou aqueles que foram até ao campo José Eduardo Abreu para fazer parte do dia especial. À hora marcada, Carlos ergueu pela última vez, oficialmente, o emblema do Canaviais ao peito, num jogo que terminou com uma saborosa vitória frente aos Oriolenses. 

Depois de cinco anos ao serviço do Vitória de Guimarães, Carlos Correia desceu até Lisboa para representar o Estrela da Amadora, na época 1992/93. Naquela altura, a equipa da Reboleira estava na primeira liga e levou algum tempo para conquistar o seu lugar. No entanto, Carlos colheu os frutos do seu trabalho ao assumir a titularidade na equipa. 

«Foram os meus melhores anos, os cinco anos que joguei no Estrela de Amadora. Foi onde eu joguei mais e me afirmei mais. Foi onde tive os meus maiores êxitos», referiu. 

Ainda mais a sul, seguiu-se o desafio de representar o Portimonense, com 32 anos. Carlos Correia ficou também cinco anos por terras algarvias. A partir daqui, a idade já era outra e a realidade futebolística também, com passagens pelas distritais, escalão onde se manteve.

Entre o restaurante que gere e os treinos quatro vezes por semana, a facilidade em estar em forma e marcar sempre presença nas sessões de trabalho já não é a mesma. Porém, nunca deixou de jogar e decidiu terminar a carreira na meta dos cinquenta. 

«Vai ser um ano difícil porque continuei sempre nos campos. Quem vive o futebol gosta do cheirinho da relva e do balneário, vai ser difícil abandonar, mas este ano vai ser mesmo o último ano. Eu meti na cabeça esta meta de terminar aos cinquenta e arrastei-me até aqui, porque já não é fácil.»

Informação retirada daqui