domingo, 6 de novembro de 2016

sábado, 5 de novembro de 2016

História do Futebol em Évora - Equipas - Évora-Sport

A equipa Évora-Sport era composta por operários gráficos de várias oficinas, mais concretamente da Minerva Comercial, Lda., conhecido pelo "Grupo dos Azelhas", e tinham por campo de futebol o Largo da Graça, ao tempo térreo, ou então o Rossio de S.Brás.

A sua data de fundação deverá ser no final de 1908, ou princípios de 1909, pouco depois do aparecimento da Real Casa Pia de Évora e extinguiu-se em meados de 1912. Como o clube tinha tendência para prosperar, deram em alargar o âmbito, ingressando nele importantes elementos de outras artes, e até alguns estudantes.

Foi-lhe colocado o pomposo nome de Évora-Sport, e tinha a sua sede num celeiro do Conde da Serra da Tourega, anexo ao palácio deste, na rua do mesmo nome, de onde sairia o futuro Sport Clube Empregados do Comércio.

Deste agrupamento fazia parte José Palminha Lança, António Afonso Carvalho, Bruno Godinho, João Ribeiro, e mais tarde, José Barreiros, Afonso Barreiros, Grimaldo Fernandes, João Gonçalves (ou João Sapateiro), Manuel Monte, Herculano Ramalho, Galhoz (caixeiro dos Armazéns do Chiado) e António Cachapa, que depois foi sargento, e grande entusiasta pela alta-ginástica, bem como Arnaldo da Silveira, que lhe ministrava o ensino da ginástica.


"Em 2 de abril de 1911, pelas 4 horas da tarde no Rossio de S.Brás, realizou-se um encontro de futebol, entre o Grupo Évora-Sport e o Grupo Foot-ball Eborense, tendo por árbitro Augusto Cabeça Ramos" 
                                                                                 excerto retirado de "O Carbonário" de 02-04-1911  


Estávamos em 1912, cujo ano histórico, assinala no historial do mundo desportivo eborense, um marco pró-escalada do desporto local, que se expande desde então em erupção. 

Em 21 e 22 de março visita Évora uma excursão do Liceu da Lapa, de Lisboa, que nos proporciona uma festa desportiva, em conjunto com os clubes de Évora, como vemos pela breve notícia na comunicação social da época:

"... Nos dias 21 e 22 de março, realizaram-se em Évora sportes atléticos, promovidos pela excursão do Liceu da Lapa, de Lisboa, e os clubes eborenses (Liceu de Évora, Casa Pia, Escola Central, e as equipas de Cavalaria e Infantaria). 
Disputaram-se as provas atléticas, seguidas dum match de foot-ball, ganhando o Liceu da Lapa, de Lisboa, por 4-0.
Da equipa de Évora distinguiram-se o guarda-redes (keeper) Francisco Duarte e o defesa (back) Cabeça Ramos. Árbitro - Pedro "del Negro". 
   
                                                                         excerto retirado de "Sportes Ilustrados" de 25-03-1912

  

Adaptado de 
"Subsídios para a História do Futebol em Évora" de Gil do Monte

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Mensagem da Lusitano SAD aos sócios e simpatizantes


Amigos Lusitanistas,

A primeira palavra que este mês de Outubro nos traz à memória é, sem dúvida, sucesso. O sucesso que os nossos rapazes têm alcançado em cada semana, fruto do seu esforço, da sua dedicação, do seu querer e da sua garra. De tudo o que faz deles, dentro e fora das quatro linhas, verdadeiros Lusitanistas de alma e coração! Da união que têm no balneário e fora dele, do apoio e disponibilidade que sempre mostram para os mais jovens atletas do Clube, da simpatia e sentido de família que têm para com os sócios e adeptos que temos espalhados por todos os cantos do Mundo. E somos únicos nesse aspeto, neste nosso por vezes tão pequeno Alentejo, que o nome do Lusitano levou, leva e levará cada vez mais alto.

Um Clube como este não se confunde com as pessoas que o representam em cada momento mas sim com a própria História da cidade de Évora e desta região. O Clube é mais que todos nós, atletas, dirigentes, sócios, é a soma de tudo isso e de todas as vozes que há mais de cem anos gritam pela glória verde e branca, que sofrem nos relvados, que pulam nas bancadas, sempre com os olhos na televisão ou com os ouvidos na rádio à espera da próxima explosão que apenas o Lusitano consegue despertar.

É talvez por isso – e tanto mais que as palavras não conseguem descrever – que o Lusitano acarreta paixões, inflama corações e move multidões. É também por isso que a nossa força é uma ameaça. Uma ameaça a todos que querem ver o Alentejo reduzido a pouco, esquecido no meio das searas, vetado a uma letargia que serve os interesses de muitos que, todos juntos, são muito pouco. É por isso que lutamos todos os dias, e contra isso. Desde o relvado ao balneário, dos gabinetes às secretarias, em Évora ou noutro qualquer sítio onde possamos mostrar que vive em nós a força que nunca deixou esta cidade ser conquistada. E acima de tudo é isso que o Lusitano é, Évora, Alentejo, casa de gente forte e boa, que sente nas paredes o eco de glórias que ainda hoje despertam inveja e maledicência.

A nossa missão é simples, ganhar. Ganhar sempre, e bem, com os nossos valores, a nossa ética desportiva e profissional, honrando a nossa camisola e a nossa História. O Lusitano nunca perde, apenas ganha ou aprende. E cada passo atrás que dê é um prenúncio para dois passos adiante, rumo ao futuro que tantos à nossa volta temem. A esses, a quem esta carta não se dirige, diremos sempre o mesmo. Preparem-se, estamos aqui, não nos vão pisar, não vão fechar estas portas que estão sempre abertas a todos, mesmo esses, os coniventes, os pequeninos. Há espaço para todos os que venham para crescer connosco. Os outros ficarão pelo caminho, deles a História nunca rezará, nunca contará os feitos alcançados, o brio e honestidade que tiveram, o sentir o que é ser Lusitano, sem pavor.

Demos pois mérito a quem o tem, aos nossos atletas e sócios, por fazerem deste Clube cada vez mais do que um clube, por fazerem do Lusitano uma forma de vida e de estar. A bola nem sempre entra, o árbitro engana-se, a chuva dificultou, as lesões atrapalham, o dinheiro não abunda como noutras paragens tão longe e tão perto, mas isso é futebol. O que não é futebol nem desporto é incitar à violência, comprometer a imparcialidade, ser pequeno de espírito.

Não queremos mais nem menos que os outros, queremos jogar e acima de tudo merecemos respeito, merecem-no os atletas, merecem-no os dirigentes, merecem-no os sócios e adeptos. E todos aqueles que não queiram dar esse respeito são bem-vindos à nossa casa, ainda assim, para que vejam como é ser grande, como é ser superior. Mas não confundam fair play com desatenção pois o hóspede e o peixe ao terceiro dia aborrecem-se. E esta onda de mudança não pode ser parada por mais velhos do Restelo que vociferem enquanto quedam néscios na sua trupe de escárnio. Esses o tempo levará, sem deles contar estórias. Ao contrário de nós, todos nós, verdes e brancos, novos e velhos, Lusitanistas!

Somos Lusitano!

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